CANONISTA FANTASMA


"Uma viagem solitária à noite.
Somente o ruído do motor e talvez o som de alguma estação de rádio como companhia.
Seria mesmo? Ou poderia haver mais alguma companhia sinistra a bordo sem que tivesse sido percebida?"


De acordo com o relato a seguir, essa possiblidade realmente existe!

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Meu nome é Rosa, e o que vou contar aconteceu com meu irmão Gesuminno, o qual era caminhoneiro, no ano de 1973.

Nessa época meu irmão fazia muitas viagens de São Paulo para o Rio de Janeiro.
Em uma dessas viagens, à noite, rumo ao Rio, meu irmão dirigia tranquilamente, quando um carro o ultrapassou piscando os faróis e fazendo um sinal para chamar sua atenção atenção.
Como medo de que fosse um assalto, naquela época tão comum na Via Dutra, ele não deu atenção e prosseguiu em sua viagem normalmente.
No primeiro posto da Polícia Rodoviária que existia à frente, um policial o mandou parar.
Então ele solicitou seus documentos, vasculhou cuidadosamente a carga, alegando que recebera uma denúncia que havia caroneiros na carroceria.

Então meu irmão disse:

- Como seu guarda? Não dei carona á ninguém, só parei no pedágio!

Depois de tudo vasculhado, o policial liberou o veículo e então eu comentei para com o policial:

- Tinha um carro que me seguiu dando insistentes sinais para que eu parasse., mas eu fiquei com medo de que fosse assalto e não parei.
Vai ver que por causa disso eles ficaram com raiva e fizeram essa denúncia.

- Fez muito bem, disse o policial. É perigoso parar em locais ermos. Pode seguir em frente e tenha uma boa viagem.

- Obrigado seu guarda. Boa noite, eu disse.

Então meu irmão seguiu viagem, e quando passava pela cidade de Floriano, ouviu insistentemente batidas em cima da cabine do caminhão, de alguém que estava na carroceria, e então ele ouviu alguém dizer:

- Pare ái seu moço que "nóis vai descê"!

Assustado, meu irmão acreditou que realmente era um assalto. Então ele diminuí a velocidade e foi para o acostamento.
Ao frear o caminhão, tratou de esconder sua cabeça para não ser atingido por um possível tiro.
Em seguida escutou um barulho, como se alguém estivesse descendo pela corda que amarrava a carga do caminhão, e logo em seguida ouviu a mesma voz dizer:

- Obrigado seu moço. Boa viagem e vá com Deus!

Nesse momento meu irmão Gesuminno teve coragem de olhar par os lado. Mas não viu ninguém. Não havia ninguém lá.
Então ele percebeu que estava parado diante do cemitério de Floriano, o qual fica às margens da Via Dutra.

 

 

Rosa Antonietti - São Paulo - SP